Riscos são eventos incertos que têm potencial de afetar negativament o projeto. Sendo assim, o gestor deve se preparar para o caso dos principais riscos se manifestarem.

Este documento organiza os riscos associados a cada uma das atividades do EAP.

Um metódo para desenvolver este documento é levantar os riscos associados a cada categoria para cada atividade do EAP. Como exemplos de categorias temos:

• risco de projeto: erros cometidos no projeto
• risco operacional: erros cometidos na operação da empresa durante o projeto
• risco financeiro por exemplo, clientes não pagam ou bancos não oferecem crédito para o projeto
• risco reputacional: eventos que podem afetar a marca das empresas envolvidas no projeto
• risco mercado: flutuações desfavoráveis do mercado (como uma recessão)
• risco negócios: erros cometidos na tomada de decisão sobre o negócio

Os campos do Registro de Riscos são:

1. código do risco identifica cada risco unicamente para referência futura

2. EAP código da tarefa no EAP a qual este risco está associada

3. nome do risco ou descrição explique berevemente qual o efeito deste evento que pode se tornar um problema

4. probabilidade e dano do dano que, combinados, levam à exposição ao risco que é expresso em unitárias monetárias e deve ser usado para tomada de decisão

5. resposta ao risco que indica a melhor forma de lidar com ele: seja evitando, mitigando seus efeitos, transferindo para uma seguradora ou fornecedor e aceitando os riscos residuais.

O ideal é que as probabilidades e dano sejam estimados quantitativamente, com distribuições de probabilidades para se possa simular diferentes cenários usando uma técnica conhecida como simulação de Monte Carlo. Mas se não há dados disponíveis, o gestor tem a obrigação de pelo menos identificar e qualificar os riscos como Baixo, Médio ou Alto (B,M,A).

A decisão de classificar o risco como B, M ou A vem da combinação dos fatores probabilidade e dano. Ao combinar os dois temos a exposição ao risco e é este valor que deve definir a sua prioridade.

Por exemplo, se um funcionário sofrer um acidente na obra, o custo de tratamento e indenização pode chegar a U$ 1 milhão. Se ele estava usando equipamentos de segurança, a seguradora cobre todo o prejuízo mas se ele não estava usando, a seguradora pode nem aceitar pagar o seguro, afinal ela calculou a probabilidade de uma pessoa usando equipamentos de segurança sofrer um acidente.

Um cáculo estatístico pode nos ajudar a entender as diferenças. Digamos que a probabilidade de um acidente grave para uma pessoa sem equipamentos seja de 5% mas se estiver usando equipamento esta probabilidade cai para 0.05%. O risco é 100x maior se o funcionário não estiver usando os equipamentos. Isso se traduz e exposições diferentes:

• exposição ao risco COM equipamentos = 0.05% x 1,000,000 = U$ 500
• exposição ao risco SEM equipamentos = 5% x 1,000,000 = U$ 50,000

Se o risco tem exposição baixa, digamos como U$ 500, pode nem compensar ao gestor perder tempo com isso, basta ter alguém fiscalizando que todos estejam usando equipamento de segurança. Mas se o risco for considerado entre os 5 ou 10 maiores riscos, o gestor deve companhar de perto pois em caso de ocorrência, o impacto pode ser tão grande ao ponto de levar ao cancelamento do projeto. O documento Critério de Sucesso pode te ajudar a saber qual o limite máximo de risco que você pode correr.

Atenção: O gestor não deve tentar fazer este execício sozinho se não for um especialista no tema, por que em caso de omissão de um risco, tudo se passa como se ele tivesse sido aceito. Agora, aceitar um risco que pode nos custar U$ 50,000 pode ser um problema grande para uma pequena empresa, então é muito importante que nenhum risco seja omitido ou subestimado.